quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rashid estréia em Campo Grande nesta quinta no Fogo no Cerrado



Michel Dias Costa, o MC Rashid, é um dos caras da geração do rap atual  responsável por expandir cada vez mais a divulgação do ritmo e da cultura urbana como um todo. Ele é amigo e parceiro de trabalho do Emicida e Projota (inclusive começaram no hip hop juntos), entre outros rappers que tão aí hoje em dia divulgando seu trabalho de forma sincera e independente. E de um jeito muito legal, que aproxima o público da linguagem e dos temas abordados nas rimas.

É com orgulho que o Fogo no Cerrado, em parceria com a festa Blackalicious, traz MC Rashid para sua primeira apresentação em Campo Grande na noite de hoje, no Voodoo Bar. O segundo dia da programação do Fogo no Cerrado promete. Além de MC Rashid, a Blackalicious Edição Especial Fogo no Cerrado terá as participações dos Dj Green Caio, Chico, Renato Tulux e Júlio Prodigy, além de Vinil Moraes e Xaras Gabriel nos vocais.

Rashid começou cedo fazendo rimas com seu amigo/irmão Projota no Lauzane, bairro na Zona Norte de São Paulo. Participou de batalhas como em Santa Cruz, Rinha dos MCs e Liga dos MCs, onde ganhou respeito e nome. De lá pra cá foi tocar a carreira, circulando com shows e lançando de forma independente no myspace músicas como "E Se" e "Bilhete", com participação de Fióti, irmão do Emicida. Entrevistamos o paulistano MC Rashid por email, enviando algumas poucas perguntas. Nas respostas claras e despretensiosas já dá pra perceber que o mano é firmeza. Confere aí e não falta na Blackalicious hoje, hein.



"Quando se acerta, nasce um clássico" 



1) Pergunta clássica: pelo que a gente sabe você nunca tocou por esses lados, confere? Como é apresentar rap que fala do cotidiano urbano específico, como o paulistano, em estados distantes de SP?

R: É muito bom, melhor que isso é ver como a situação é igual de lugar pra lugar, e como as pessoas se indentificam com você e sua mensagem, independente de quantos quilômetros você esteja da sua cidade, da sua "inspiração". Além de ter a chance de ver de perto diversas cidades e pessoas, e trazer na bagagem mais histórias de vida. Acho que todo mundo devia ter essa chance, de viajar pelo Brasil.

2) O que veio primeiro na sua carreira? As batalhas ou as rimas?  Como vc entrou pras batalhas? O q leva delas pra sua carreira hoje, sente falta delas, continua participando?

R: Primeiro vieram as rimas (composições), depois as batalhas. Eu comecei a batalhar em 2005, na Batalha do Santa Cruz, e foi ali onde eu vi o que era freestyle de verdade, onde eu entendi como funciona o improviso. E de 2005 até 2008 eu participei de batalhas quase toda semana, onde ganhei muitas e perdi muitas também (rs..), mas foi isso que formou meu caráter como MC. Me fez saber equilibrar as coisas na minha mente, saber ganhar e perder. Hoje em dia não batalho mais, mas assisto batalhas sempre que posso só pra alimentar minha nostalgia.

3) Como é o lance do improviso hoje no seu trabalho? É algo ainda presente na hora de compor?

R: Sim, claro! Tudo na música nasce do improviso, e tento levar o improviso onde quer que eu vá, em todos os shows.



4) Sobre seu último trabalho: como foi elaborar o conceito e como você enxerga hoje a repercussão que ele teve junto ao público?

R: Foi natural, foram idéias de 22 anos de vida, isso torna o processo fácil, difícil mesmo é o segundo.. rs.. Mas o retorno foi melhor do que eu esperava, em todos os sentidos, fiquei muito feliz com o trabalho, acho que aconteceu do jeito certo.

5) Quais os planos pra 2011? Rodar mais o País? Produzir sons novos?

R: Com certeza. Rodar mais o pais, chegar a mais cidades, levar meu trabalho e o de outros até lugares novos, e por um novo disco na rua, talvez até dois, dependendo do ritmo de produção aqui. Novas músicas tão sendo feitas, só precisamos lançar algumas nesse fim de ano ainda pra manter o fluxo, e continuar trabalhando no disco. 2011 vai ser bom pra música, 2010 já foi.. ano que vem vai ser melhor ainda.

6) Sobre o rap contemporâneo, na sua opinião qual a importância e o que quer dizer o diálogo dos mcs com influencias musicais como jazz, samba, reggae, dub e tb o tema abordados nas rimas produzidas atualmente? Você acha que isso pode significar alguma mudança da linguagem do rap?

R: Acho que esse diálogo com outros estilos só mostra o quanto o Rap tem se valorizado enquanto música, como arte, sem limites! Dentro disso, acho que a linguagem do Rap é uma coisa que está sempre mudando. O Rap é feito de histórias, de gírias, de ditados.. e são coisas que estão sempre mudando, se renovando, e o Rap, enquanto música popular, tem que acompanhar essa evolução. E "evolução" nesse caso, não quer dizer necessariamente que mude pra melhor, as vezes não, mas isso é a arte, a arte é feita de escolhas, de testes, de erros e acertos. E quando se acerta, nasce um clássico.




Clique aqui e baixe o pack do MC Rashid com mp3, foto e release.

SERVIÇO - Blackalicious/Fogo no Cerrado hoje, a partir das 22 horas, no VoodooBar, na 13 de Junho, 945. Entrada: R$ 12.


Por Manuela Barem (Comunicação Bigorna Produções) e Chico (Blackalicious)

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