quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Só quero festas em que todos gritem yeah-ha

Eles podem errar alguns acordes, o vocalista pode esquecer alguns versos, alguns integrantes não são mais os mesmos e o fato é que todos envelheceram, mas Astronauta Elvis ainda continua divertindo o público com suas canções sacadas para embalar corações roqueiros pós-adolescentes. A abertura dos shows da 3ª edição do Fogo no Cerrado, ontem no Voodoo Bar, foi marcada entre outras coisas pela nostalgia. Cebola, Jean, Wagner, mais a nova safra de músicos do rrrrock, Larissa e Thiago, lembraram porque os shows da banda são divertidos, mesmo com pequenos erros e tudo mais. Uma maneira divertida de começar um festival!

Cerveja rolando e música no talo, discotecagem cool/indie/rocker de Denim Demon, que desde que se tatuou ataca nas noites de camiseta sem mangas, e Fernando & Fernanda, a dupla menos sertaneja deste Estado. Tudo esquentando a noite para o show certinho dos paulistanos do Single Parents. O movimento foi pequeno. Nomes não tão conhecidos em uma noite de quarta-feira, era de se esperar. Mesmo assim, a banda de São Paulo trouxe fãs, com direito até mesmo a faixas.

O show começou cedo, com guitarras distorcidas e vocais em inglês. Um baixista com pinta de Jonathan Davis, vocal do Korn, vocalista e baterista com cara de adolescentes que ouviram Nirvana e Sonic Youth até os timpanos estourarem, e um som redondo, embora distorcido. As referências estão ali, tudo está no lugar, mas falta alguma coisa. O som é bom, o show empolga em alguns momentos, mas a sensação é de que tudo é muito comportado. Não quer dizer que não gostei. Houve músicas que soaram como se tivesse passado minha adolescência escutando. “Last conversation”, que pelo que percebi é uma das mais conhecidas, é um dos casos. É barulhenta, mas é pop. “Homesick” também chamou a atenção durante o show.

Apesar de pouco público, a abertura do Fogo no Cerrado 2010 foi um bom começo. Bandas interessantes, gente divertida e boa discotecagem foram alguns dos elementos que animaram o público. Mas o mais importante ainda é o clima de amizade que rola no Voodoo Bar. Afinal de contas, sair de casa em uma quarta-feira para ouvir rock mesmo tendo que trabalhar na manhã seguinte é algo que cria um clima de cumplicidade entre todos os presentes. Resta torcer para que todas as noites sejam assim.

Por Thiago Andrade
Cobertura Colaborativa/Fogo no Cerrado 2010

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